Por que choras minh’alma?

Por que choras minh’alma?
O que perturba o teu ser?
O que não te faz compreender
Quão sublime é o viver?

Acalma-te! Por que gritas com delírio
como mãe que perde o filho
como virgem violentada ao ver sua candura
brutalmente roubada sem nada poder fazer

Sei que há muito não tens paz
também sei que em teu seio foram desenhadas
Em linhas turvas e mal rabiscadas
Fortes traços de sofreguidão e dor

Mas ao acaso não foi este o caminho
que tu mesmo escolheste?
Não foi esta estrada de espinhos que
Insististes em caminhar?

Por que agora então choras?
Se por ora somos imortais
Se o tempo nos revolveu seu semblante
E há muitos nos é inimigo e já não mais aliado

Não te deixe descair o aspecto
E não chores! Pois como espectro assombrante
nos virá o escape e tu mesmo te perguntarás
Por quê razão um dia chorei?

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