Solidão

 Na solidão, minha única companhia,

Caminho só, na noite fria e vazia.

As estrelas, distantes, não me fazem companhia,

E o silêncio me envolve em sua melodia.


Mas na quietude, encontro reflexão,

Na solidão, há espaço para a introspecção.

Encontro força na minha solidariedade,

E na solitude, encontro a minha verdade.


A solidão, uma amiga silenciosa e fiel,

Me guia pelos labirintos do meu eu, meu papel.

Nela encontro paz, nas sombras da escuridão,

Na solidão, encontro minha própria canção.

Pra você

Pra você não cantarei nenhuma canção,
Não declamarei nenhum verso,
ode, poesia, prosa, poema, nenhuma oração.

Não perderei meu precioso tempo
tentando encontrar alguma forma de agradar
de saciar tua alma a buscar contento

Pra você não escreverei nenhuma linha
pois as palavras não comportam o sentimento
as folhas de papel não aprisionariam a livre alma que é minha

Só não entendo porque me cobras as palavras escritas
já não são tão sublimes as ditas,
ou ainda excepcionais as experiências vividas?

Não escreverei. Definitivamente não escreverei
com caneta e tinta comum, em um pedaço de pepel,
mas prometo ditar e tatuar em tua alma, dia após dia
a mais linda canção, o mais lindo amor, a mais bela história que já inventei...


Teus olhos

Teus olhos esquivos escondem displicentemente a penúria de uma alma aflita.
Em teu rosto os finos traços, como feitos por mão de habilidoso artesão,
congelam a imagem de um choro contido, uma angustia estancada para externar a firmeza no semblante.


És, por ora, a síntese de tuas escolhas, a antítese de teus desejos.

O peso de saturno é menor do que os de seus anéis,
alianças deixam marcas, não nos dedos, não... são marcas na alma...
por vezes impossíveis de apagar...

Teus olhos, contudo, não conseguem mentir...
tua alma salta cotidianamente por entre as brechas da cela que escolhestes.

teu espírito voa alto e quem sabe em um desses vôos

finalmente percebas que os brilhos de teus olhos não se podem perder jamais...
Pois dizem que os olhos são portais da alma...

Penso, logo insisto..

Meus olhos já nada veem... 

Estou cego.
Como um ancião a caducar, esbarrando-me nos escombros de uma vida destruída...
Como um bebum vacilante a debandar de uma lado a outro em uma esquina qualquer chamada vida. 
Como o voo errante de um pássaro ao cair do ninho,
prevendo o seu próprio fim... 
Ou aprende a voar Ou morre.

Eu sinto a sua falta



A noite avança, e o ponteiro do relógio já marca 23:00. 

Uma inquietude atormenta minha alma, tira minha calma, perturba meu ser. 

Um grito contido em minha garganta clama para dentro a palavra "saudade".

Saudade de alguém que, mesmo estando longe, estará sempre tão perto quanto possam imaginar, pois estará em meu coração e em meus pensamentos. 

Carregarei seu ser em cada sorriso, em cada olhar vago, na gargalhada solta ao lembrar de nós e nas lágrimas que, na tua ausência, são tão naturais quanto o pensamento a se perder entre as lembranças de um presente feliz. 

Desejo, então, ver teu sorriso para contemplar com os olhos aquilo que apenas meu coração vê.

Quero Molhar meu pés

Quero molhar meus pés...
Chegar até a praia, abrir os braços,
ser envolto pela brisa e respirar o cheiro do mar...
Quero um momento sozinho, mas com você ao meu lado..
um daqueles momentos em que nada precisa ser dito,
não precisa de abraço,
Quero perder meu olhar no horizonte,
pensar em tudo, lembrar de tudo, ouvir a canção do vento..
poder olhar ao lado, disfarçadamente, contemplar teu rosto,
juntar os meus lábios e fechar os olhos como quem sorri...
quero incabulado disfarçar que não te olhava...
Quero simplesmente molhar os pés,
não que estejam cansados da caminhada,
nem tão pouco doloridos em virtude das pedras no caminho,
mas porque o mar ao molhar os pés, rega a planta viva de esperança que há e mim,que sou eu...
Vem... o futuro é logo alí... se esconde atrás daquela linha chamada horizonte....
Vem segura a minha mão e vamos juntos....
Quero molhar meus pés...

Chuva em uma tarde de SOLidão

Hoje à tarde os céus choraram nossa saudade...
A água que caía na rua, formando pequenas poças, lavando o chão, regando plantas, deixando um clima de travesseiro e filme, dando sentido à velha preguiça do entardecer... molhava também o teto de minh'alma, trazendo à lembrança momentos compartilhados, histórias contadas, sorrisos lançados ao vento, pedras lançadas ao mar e, um sentimento sublime e inconteste que alimentava a lareira do coração.
Nesta tarde os céus choraram nossa saudade, mas abriu-se em meu peito incomparável riso... por um instante corri debaixo das gotas de chuva, o cabelo molhava, um sorriso de menino... pois hoje a tarde choveu e eu me molhei, me molhei na chuva, mas mais ainda nas lembranças que inundaram-me a alma, vontade de te ver e a certeza de querer-te sempre bem...

Noite Fria

Ontem, a noite estava fria, não direi contudo que necessariamente senti frio, poderia até utilizar-me com certo alarido poético destes termos, mas ontem foi diferente. A baixa temperatura exterior não alcançou meu coração, que era aquecido pelo mais sublime sentimento, o amor... A saudade inconteste das noites passadas, não houvera reduzido, contudo fora mesclada às vontades, tornando-se aprazível e para muito além da mera dor de querer e não ter.
Vontade de ver novamente teu sorriso, de viver mil aventuras em tempos improváveis, de estar ao teu lado e dentro dos meus braços, em muitos abraços, encontrares aconchego, vontade de lançar pedras no mar e sentir a brisa suave, mas não tão suave quanto o toque de tuas mãos. E deste modo olhando para a lua, pedi a Deus para ter você aqui perto de mim, ao meu lado, pois dentro de mim teu nome me é comum, pois minha alma incansalvel te chama por querer-te com ardor.
A lua prateada iluminava a esperança na janela do quarto, seu brilho parecia casar-se com o aroma das rosas que lentamente desabrochavam, lá fora o silêncio era violado com o uivo dos cães que pareciam saudadosos em ver dois seres a caminhar à hora avançada, enquanto isso em uma caixa guardada em meu peito latejava o coraçao ardendo inconsolavel de saudades.

Um dia olharemos para trás... e as lembranças serão pequenas demais para caber tudo que vivemos... Então tentaremos contar os beijos e os risos... e acabaremos concordando que é mais fácil contar as estrelas, que é mais fácil o encontro improvável na madrugada para ver uma chuva de meteoros... 
Então olharemos um para o outro e nos será aberto um sorriso tão profundo e tão cativante... que até o mais triste dos homens se sorrirá ao nos ver. E chegará um tempo, em que perceberemos o futuro manifesto no presente e o passado, sendo nada mais que passos na areia de uma praia deserta... Chegará um tempo e, devo acreditar que ele já chegou em que meus olhos encherão de lágrimas ao te escrever coisas simples por saber que meus dedos e meus lábios obedecem apenas ao que manda meu coração, o qual já não comporta mais e transborda de amores por ti. Eu só quero te dizer que te amo, amo, amo e amo... e sem medo amo mais ainda, e prometo te fazer feliz e te amar, te respeitar, te honrar, com fidelidade, todos os dias em que estivermos juntos (perto ou longe) e que em tua tristeza meu coração como um guerreiro lute para subvertê-la e para que reine o amor, e que em minha tristeza sejam tuas mãos meu acalento, meu repouso e que dissipada seja a angústia. E que tais coisas sejam exceção à regra, pois agora a regra é ser feliz a regra é amar.

O veneno da serpente

A dor de amor quebrado é como um veneno de uma serpente...
só se encontrará o antídoto naquele que causar-lhe-ia a morte, no Próprio Amor,
Não é necessariamente dizer que se cura um amor com outro, não é isto,
mas o espaço deixado por um amor que se parou de viver, a lacuna da solidão
esta, evidentemente, só será preenchida por um novo, um outro amor.
... O veneno que mata é o mesmo que cura.
Mas se se morre de amor? Isso deixe Gonçalves Dias explicar...
Se se morre não sei, mas teu amor me devolveu a vida outrora esquecida, empacotada juntamente com a esperançao em um baú, chamado destino...

Diferente

Certa noite te falei que o que sentira por você era deveras diferente...
Você me pergunta então o porque razão eu julgo diferente... e eu respondo:
Sabe porque é diferente?
Porque é puro, porque não é egoísta.
Porque não faz mal, não causa dor
é diferente porque nossa luz é a lua e as estrelas
de nosso filme somos os protagonistas de uma história feliz
os quadros de nossa vida são de tinta viva, lagartas viram borboletas,
crianças sorriem, os cachorros alvoraçados latem...
é diferente porque nós não queremos que seja igual a nada que ja vivemos...

A menina da rua oito

Meu coração fugiu de meu peito e assustado se escondeu,
como um cão covarde encontrou abrigo nos braços de uma menina,
a menina que mora na rua oito...
Por mais que eu quisesse resgatar o pobre coração, ele certamente não viria,
ela cuidou tão bem dele, mesmo com a debilitada saúde de seu já sofrido coração, ela dedicou-se na tarefa de cuidar bem dele.
A menina da rua oito, tão singela, tão doce, tão conveniente...
A menina da rua oito tem defeitos, isso todos tem... mas maior que seus defeitos são suas qualidades, um oceano de adjetivos não seriam suficientes para descrever suas peculiaridades...
A menina da rua oito traz em seus olhos os pergaminhos de sua história...
A menina da rua oito, deixa meu coração assim... tranquilo e afoito....

Quando...

Quando olho em teus olhos a única certeza que tenho 
é a de que irei me perder, que vaguearei silenciosamente 
por entre o brilho de teus olhos, 
por entre os mistérios de teu olhar... 


Quando  te fazes presente, então dissipada é toda tristeza,
não há espaço para a angustia nem tão pouco para a indiferença
Se estas ao meu lado então o sorriso é fácil,
e a alegria se alastra em uma conquista sem fim


Minha face meio boba tenta camuflar 
de forma infrutífera, todo o sentimento que por ora contenho
Minhas mãos teimosas assanham constantemente sua sombracelha e teu cabelo


O tempo parece Voar, e nem  o vejo passar
enquanto isso aproveito cada instante de tua presença
como se fossem os últimos


Mas quando ela parte, leva consigo meu coração,
deixa para trás a dor de quem a ama
matando de saudade, transbordando de paixão.











Ontem, Hoje, Amanhã e Depois

Ontem, inconsequente perdi-me no espaço
cegamente buscando este tal sentimento
tropeçando por entre os meus próprios passos
contemplei a dureza de teu tratamento...


Hoje, sentado à beira da razão
lembro-me das loucuras de outrora
De meus sonhos lançados ao chão,
e esfacelados por ti sem demora.


Amanhã, só o tempo poderá dizer
se a mais profunda ferida
deixará, enfim de arder


E depois, quem sabe com a dor contida
o sofrimento poderei deter
dando rumo para minha vida








Apenas uma noite incomum

O mar
as ondas
um caranguejo morto
O vento
a brisa
um helicóptero no ar
e nós como peixes
a lutar contra a correnteza
querendo voltar para o que há de profundo
lançados entre as pedras dos conflitos
arrastados pelas ondas do destino
O mar
as ondas
um caranguejo morto
caranguejada...
"Penso que depois de muito tempo, encontrei-me novamente com aquele velho moço, com sorriso maroto e o sentimento de que pode vencer o mundo inteiro. Encontrei-me, após tanto tempo de procura, em você"....

Louco Apaixonado

Por detrás destes olhos cansados e aparentemente tristonhos
reside a vontade de arrancar mil sorrisos de teu lindo rosto
Por detrás deste sorriso meia boca, com aspecto tímido
habita uma alma escancarada que se alegra ao te ver

Não significa, isto que os gestos sejam levianos
e que os sentimentos sejam desnutridos ao ponto de não se expressarem
Esta é a mais pura expressão de respeito, pois se contenho em mim
aquilo que me dilacera é por conhecer tuas conveniências

Por detrás de mim se abriga um louco apaixonado
dentro de mim, guardo gritos de desespero
e já não posso enganar mais a ninguém

A Luta

Quisera eu tornar o querer em poder
quem me dera subverter o que está colocado
transgredir violentamente a Lei dos homens
fazer o que me bem vier na mente

A sangrenta luta entre o necessário e o imprescindível
atormentam-me a alma tornando o que seria natural
parte ardilosa de uma tortura descomunal

Meu sonho e meu ideal se digladiam
em luta mortal em que não haverá vencedor
de um lado o amor de outro a honra e a moral
todos: EU e EU - Ninguém

E nesta épica batalha,
neste duelo de titãs
prossigo retendo em meus olhos
o sangue escorrido de um coração partido

Noite escura


Na noite escura
suspiro agoniado
os ais de um passado
e os entraves do por vir

Caminho pelas curvas do presente
que se passa velozmente
na efemeridade do viver

Na noite escura
acordo de um dia adormecido
que pelos olhos esquecido
não notaram e não pude ver

desperto, mas então
se todos dormem
se injuriam com meu grito
e me mandarão novamente adormecer

O Desenho

Te desenhei em meu coração e não achei borracha que pudesse apagar,
o vermelho sangue de teu vestido se ambientou e se fundiu ao pano de fundo
juntamente com a cor de teu batom.
Te desenhei em uma moldura clichê com o já surrado pincel da esperança...
Escolhi cuidadosamente as cores, cores vivas, mais vivas que o pulsante coração
que ora me serviria de tela. Sem hesitar espalhei as cores e com as próprias mãos desenhei teu rosto
e teu sorriso como o sol do amanhecer ressaltou-se e juntamente com o brilho de teus olhos trouxe-me a vida colocando em alto relevo todo espécie de bom sentimento que já pude provar e os que ainda anseio mas que por sorte ou por azar me escapam constantemente entre os sujos dedos que melados de mil tintas já não tem a firmeza de prenderem-na.
Desenhei em meu coração a figura que configura, transfigura e fulgura...
que com sapiência, subverte a ciência, confunde essência e aparência...
Desenhei-te em meu coração, copiei-te em minh'alma e já não há quem possa apagar....

Retiro-me


Retiro-me nesta noite, em minha febril insignificância, haja vista que o tempo me é pouco e a saúde já não me permite continuar... Ainda assim, avistarão minhas frases lançadas ao vento em qualquer vendaval ou ainda minhas lembranças à deriva em um mar qualquer... quem sabe me perguntem, oportunamente, como estou... mera ilusão.
Me retiro, deixando para trás a vontade de ficar... vou apressado pois em assalto o tempo me tomou... vou apressado encontrar a mim mesmo em um lugar que o devaneio me fez esquecer aonde é... perguntarei à loucura, logo alí na esquina, mas essa tal loucura hein... que não se cansa de andar com a paixão - parecem até gêmeas siamesas. A sensatez... eu na pressa deixei para trás... tenho esperança de no caminho ver se encontro o amor... mas este, me parece que é lenda urbana, encontrá-lo é coisa rara e quando acontece, leva dois dedos de prosa e logo se vai... Estou indo encontrar comigo mesmo em um lugar que não lembro o nome, mas que escrevi em um guardanapo em formato de flor e guardei na carteira.... lentamente olho então a folha de papel amassada... o lugar em questão se chama solidão... e lá eu encontrarei comigo mesmo e mais ninguém...

Desprezo

Se ao acaso você der um prato quente a um animal faminto,
certamente ele comerá sem hesitar, ainda que isto lhe queime a boca
e se novamente isto se repetir, ele lamberá uma ou duas vezes
e por fim se lembrará da dor
em uma terceira vez, ele hesitará e mais que sua fome
será o desejo de se preservar da agonia de queimar-se.
Assim é meu coração, como um animal faminto...
e como um prato a fervilhar é teu desprezo a me queimar
os lábios, a língua, a boca....
Não sei porque insisto em querer-te,
Não sei porque insisto em sentir teu sabor,
Se por fim me queimarei mais uma vez...

A canção do Amor

Quero cantar contigo a canção do amor 
Mas as cordas do teu violão estão quebradas            
e as do meu desafinadas...                                           
Mas ainda que fosse à capela,                                     
não estou certo se nesse momento,                                               
conseguiriamos subir de tom                                                   
ou talvez errássemos nos momentos graves                              
Será que teriamos acordo quanto ao ritimo?                          
Deixo contudo, aqui, minha sugestão:                         
cantemos, à capela, a canção do amor                                    
ao rítimo dos nossos corações,                                              
ao tom dos nossos beijos,                                                   
nos entreguemos sem DÓ                                                      
ao brilho do SOL maior                                                                 
permita entrar em SI  
as doces notas LÁ do AMOR. 
Quanto aos desafinos... 
o público há de perdoar.... 
Até João e Tom desafinaram  
e nem por isso deixaram de amar....

Os Barcos



Os barcos que ancoram
na beirada do cais
trazem consigo os ais
dos que há muito choram

Quem viu partir
seu amor pra além mar
guardando os beijos e a vontade amar
nunca deixou a paixão esvair

O mar lhes é agora 
eterna morada
o trem perdido da ultima hora


A noticia que desesperada
aumentam a angustia daquela que chora
a tristeza no cais está ancorada...

Ao te ver

Quando te vejo
abre-se em mim um sorriso
um sentimento preciso
que me desperta o desejo

Olho Atento teus traços
venero e adoro teu rosto
quisera sentir de tua boca o gosto
e desmanchar-me em teus braços

se por azar ou por sorte
ao te encontrar perco a noção
pois  bate no peito mais forte

este vadio coração
que quer levar-me a morte
por te querer com paixão

Soneto de uma lembrança

Quando meus olhos vagueiam em meio ao vão
e minha alma cansada se encontra perdida
tudo isso é resquícios de tua partida
que deixou-me não mais que desilusão

Quando o silêncio recair repentino a noite
ainda que eu cante de forma comovente
os versos de amor que te fiz, certamente
não me será o canto senão um açoite

Lembro dos versos que um dia compus
embriagado de amores por ti
livre da angustia da pesada cruz...

Pensando em ti esqueço o quanto sofri...
lembrança tola que em muito traduz
a ausência do amor que partiu daqui

Anseio

Como as águas do rio correm para o mar,
assim meus lábios anseiam encontrar os teus.
Como o sol põem-se lentamente,
desenhando na linha do horizonte
turvamente com as tintas da sofreguidão e do amor
assim teus olhos desenham os caminhos
dentro de mim na despedida.

Teus falar são como as lindas canções
dos corais de anjos dos céus
teu nome é melodia e teus lábios são doces
como o mais puro mel

Como anseio encontrar-te
Como anseio conhecer-te
Como meu coração grita em desespero
E minh’alma rasga-se angustiada
Por querer e não poder te tocar

Sangra-me o coração
E minhas mãos manchadas com o sangue da solidão
Fazem desfalecer-me os sentidos
Em desespero desejo-te
E a calmaria só reside nos braços teus.

O rei do sofrimento

Tantas pedras no caminho
Que eu nem sei mais o que fazer
Foram as flores... vieram-me os espinhos
Ferindo-me a alma por você

E eu fiquei na solidão
Nem sequer me restou o amor
Só lembrei da ilusão
Palavras que eu ouvi mas que você não falou

E hoje, acompanha-me a tristeza
Em uma mesa de um bar qualquer
E da vida me restaram apenas as perdas
e das perdas o pesar

Sou rei, Rei sem nobreza
Meu reino é a desilusão
Meu castelo é a tristeza
Meu trono a solidão.

Os lugares dos poetas

Não quero pasárgada de Manuel Bandeira,
Nem a terra das palmeiras de Golçalves Dias,
Não quero a lisboa de Camões,
Nem a Londres de Shakespeare,

Não há lugar no mundo em que eu encontre abrigo
Não lugar em que me inspire mais
não há outra com quem queira repousar
que não seja você..
Não há outro lugar em que queira estar
que não seja em teus braços

Por vezes necessitamos soltar uma mão
para que possamos encontrar nossos pés
é preciso olhar pra frente
pois ao lado não resta mais que uma sombra
As lágrimas que redesenham minha face
são barradas por teu sorriso

não quero os lugares dos poetas
não quero as cidades do passado
se tudo o que preciso enfim só encontro ao teu lado.

O calcanhar de Aquiles

É impressionante saber que as pessoas que mais podem nos ferir são as que mais amamos, pois, diretamente proporcional ao sentimento atribuído a alguém, também o é a capacidade de nos destruir a alma. Ora, se amamos alguém, logicamente, ela é a pessoa de quem menos esperamos uma traição, o desferir de uma mágoa ou até mesmo que de suas mãos sejam oriundas as pedras que nos atingem, daí o grau de problematicidade apresentado por tal questão. O fato é que todos nós temos um "calcanhar de Aquiles", um ponto fraco, quer esteja em evidência ou não. Mesmo o mais forte dentre os homens, ainda que o consiga fazer aparentemente, tem seus pontos fracos, suas angústias, suas mágoas, suas dores...
E por mais que tenhamos e devamos reconhecer nossas fraquezas isso não nos coloca na situação de estarmos subjulgados a uma condição de subordinação à mesma... não podemos temer, não devemos temer... não podemos nos privar, sobretudo de amar... O medo, neste sentido, tornar-se-ia o maior inimigo da felicidade se não é que podemos defini-lo desta forma em todo e qualquer sentido.
Devemos assumir e buscar nossa própria identidade. Não podemos nos resumir em nossas fraquezas. Eu aprendi que é na fraqueza que sou forte, mas as coisas não são tão simples assim, pois dói, é na fraqueza que somos provados, ainda que não seja uma máxima absoluta, mas é nos erros que aprendemos e nas derrotas que nos forjamos grande vencedores. Devemos "aprender com os erros e buscar sempre a verdade".



História sem fim

Sei que não são palavras que vão trazer você pra mim e não são promessas que mudarão o nosso fim, pois nossa história foi traçada  como um rabisco em um jornal e entre as palavras cruzadas ficou tudo desigual.

Se fui eu ou se foi você, não sei como aconteceu, foi tentando me encontrar que meu coração te perdeu. 

A página da vida virou e eu nem consegui perceber. Por mais que eu tente escrever outras histórias eu não consigo te esquecer...

Os Pássaros

Quando eu te perdi
eu tentava me encontrar
Não adiantou...
por onde ando
vejo o teu olhar

Eu não entendi
Porque tudo isso aconteceu
eu tentei fugir
mas meu coração
não te esqueceu

Para onde vão os pássaros
quando o inverno começar
e para onde é que eu vou
se o meu coração não te encontrar

só agora sei
que és a dona do meu coração
e os pássaros
vão em busca de um novo verão....

A Primeira vez

A primeira vez que eu te vi,
meus lábios me traíram tão sutís
faltaram-me as palavras,
e eu nem pude acreditar
que logo por ti fui me apaixonar...

Atrapalhado segurei tua mão
e gaguejando como um bobão
não sei o porquê....
Falei: - sempre fui apaixonado por você

Então você sorriu
nada falou e partiu
fiquei como um tolo
acho que levei um bolo

Talvez eu consiga enfim
rimar bebida com paixão
quem sabe cachaça e coração
e finalmente chegarei ao FIM!

Esta noite


Não consegui dormir a madrugada passada. Algo de estranho e talvez não tão incomum assim, perturbava-me a alma, uma angústia tomava conta de meu ser, e meus olhos já não sei se vermelhos de cansaço ou quem sabe das lágrimas retidas não conseguiam juntar-se.Ontem não consegui dormir, porque você me roubou o sono, você me roubou a paz, infiltrou-se em cada pensamento, em cada suspiro. Mas penso não ter muito o que fazer, pois já não sei responder se "a esperança é a última que morre ou se é a primeira que mata"... 
O certo é que me me lancei no mais alto dos sonhos sem perceber contudo que estava sem para-quedas, talvez eu cai no mar da desilusão, talvez na firme concretude da realidade, o certo é que vou cair...

O que todos procuram...

O que todos procuram senão a felicidade? Contudo, a felicidade não é algo dado e acabado. Não se encontra em uma loja especializada e não se entrega embalada em um pacote de presentes...
Muitos a buscam desesperadamente e por incrível que parece resolvem despejar todas as suas expectativas em um relacionamento. Mas o que se procura em um relacionamento? E Justamente esta resposta que irá definir quais os elementos necessários em sua vida para alcançar a tão almejada felicidade...
Não posso falar dos outros... não posso generalizar, seria um erro.
Mas posso enfim falar de mim... O que eu quero ou o que eu penso eis a questão... difícil questão... Acredito que o primeiro passo e não diferente de nenhum outro é encontrar alguém... alguém com quem pudesse compartilhar as contradições de um dia - semanas, meses - anos...
Alguém que não cobrasse de mim aquilo que eu não posso ser...
Alguém que não se propusesse a ser aquilo que ela não é....
não procuro um amor puro e imaculado. não procuro um amor egoísta
Não procuro mais um tempo ou um espaço a preencher....
procuro o infinito... afinal não me bastam as nuvens... quero as estrelas. E é do lado desse alguém que eu quero e que eu posso ir além
Alguém que não tenha Medo de se entregar
Que em um dia comum não tenha medo de ir até a praia e sentar na areia, esperar que as ondas do mar cheguem bem perto e molhem os pés, deixar o mar se aproximar enquanto o sol se esconde por detrás da linha do horizonte e o vento frio sutilmente propõe-nos um abraço...
Não quero simplesmente dar as mãos, quero acorrentar as almas...
Quero você...

Desculpas

Se for para pedir desculpas então eu pedirei mas não posso fazer nada se teu sorriso é cativante como a alvorada dos passaros ao amanhecer....
se teu falar é manso e suave como a mais linda canção...
se teus olhos são como guias que brilham na escuridão, mas que oferece a quem olhar o sério risco de se perder e se encontrar ao mesmo tempo...
Posso até pedir desculpas, mas tudo isso não posso negar.
Tenho escrito sobre a dor, mas agora meu coração se encheu de alegria e me deu uma vontade de falar coisas lindas...

- Então corre e vai escrever um romance para a garota dos teus sonhos... estenda as mãos e seja o principe da hora errada realizando os sonhos na hora certa. Diz então se nós não seriamos dois escritores frustrados sentimentalmente?

Devo alertá-la que não há a garota nem tão pouco os sonhos... apena uma semente a germinar... germina e me parece fazer florescer flores vermelhas...
vermelha da cor do meu ideal, vermelha da cor de tua roupa, vermelha da cor da rosa que nasce em minha alma agora ao te ver...

- Não transforme o ser dela em um mero perfume...ele se desfaz com o passar do tempo, a pessoa dele permanece... seu sentimento que esvaiu... saiba ser o jardineiro da vida dela, e corra contra o por do sol, seja o seu sol infinitamente...

Mas e se a linda flor se renegar e como um girassol se esconde da noite, ela se esconder de mim sua face?

- sutilmente? ainda mais quando o tempo dissolve? e quem quer contar o tempo minuciosamente? Mas é claroo ,ela nao existe. Você ainda tentou me avisar... mas ela, se existisse seria tão medrosa ao ponto de fugir do jardineiro da vida dela, e correr contra o por do sol..?

Isto já não sei dizer. Apenas vivo, afinal o amor nunca me veio puro e tranquilo, sempre veio com seus prós e contras.
(Por: Luciana Azevêdo, Nikson Daniel)

Apenas mais uma história

Fizeram-me abrir um livro em cuja capa estava escrito: "Uma linda história de Amor".
Fizeram-me ler as primeiras páginas....
e me fizeram acreditar nessa história...
mas daí arrancaram o final...
e tudo se encerrou ao meio...
depois colaram no lugar do fim
páginas de jornal com noticias mal contadas,
drama, tragédia, comédia... e então o FIM.

Até tentei argumentar, mas entenderam que eram apenas palavras...
e minhas palavras jogaram no lixo...
não perceberam que elas não eram simples palavras...
estavam carregadas de sentimento, do mais puro que possa haver.
Mas agora se juntaram aos restos, às sobras, a tudo quanto para ti é inválido,
e já não passam de simples e medíocres palavras... e então o FIM.

Cotidiano

Todo dia tem seus prós e contras.
Todo dia temos alegrias e tristezas,
Dúvidas e convicções,
Nos orgulhamos e nos decepcionamos,
sorrimos e por vezes quase choramos,
passeamos entre o céu e o inferno
com naturalidade tal que chega a causar estranheza,
O vai e vem do dia é tão intenso e tão repetido
que acaba tornando-se em rotina,
a rotina das surpresas... estranho?
Sim é estranho, mas se o viver não é assim... tão contraditório,
se o viver já não for tão inimaginavelmente surpreendente,
se ele mais se assemelhar à monotonia e exatidão de uma uniformidade...
Então me questiono qual a viabilidade do próprio viver....
Todo dia é assim, o começo e o fim.

Entre os dedos

Entre os dedos tenho a morte.
Entre os dedos tenho a dor.
Entre os dedos me escapa a vida
lenta e sutil se esvai no céu.

Entre meus dedos tenho a fumaça
que nebulosa me esconde o pesar
entre meus dedos me escapam lembranças
de amores, aventuras, desamores, desventuras.

Trago em cada trago
o gosto amargo do passado
das lembranças que me driblam a sensatez

Nos Pulmões carrego a mancha do não ser.
Suspiros efêmeros negam-me a euforia
de querer ter entre os dedos você.

Momento

Em minha mesa,
de forma ordenadamente desorganizada
tenho uma carteira de cigarros
uma caixa de fósforos
um copo verde
um poema desalmado
rabiscado entre as cinzas
de um amassado papel
que por ousadia
um dia chamaram de vida.

Parabéns

Olha então que flor tão bela
Que desabrocha no Jardim
Tão serena tão singela
com perfume de jasmim

Olha no Céu estrela tão linda
que furta o encanto para si
Igual beleza não se viu ainda
todos sentidos se perdem em ti

Olha na terra vê lindo olhar
és menina-mulher, sorriso contente
carisma no ar, eterno amar
Você nasceu, nós ganhamos o presente.

EU

Se eu soubesse o que falar de mim então certamente eu diria...
mas neste velho condomínio,
chamado eu,
residem,
há 24 anos:
um poeta,
um boêmio,
um militante socialista e
uma criança muito chata,
todos dividindo o mesmo espaço,
vivendo as mesmas coisas
e dando as mesmas respostas incoerentes
para a vida que,
ao meu ver,
a cada dia se demonstra menos coerente ainda...
Se eu soubesse o que falar então certamente diria...
mas os rascunhos de minhas lembranças foram incendiados...
os quadros de minha infância, todos rasgados...
o presente? ah... este há muito foi aberto, e nem o laço deixaram...
mas não sou indecifrável, não mesmo.
Os outros... estes sim estes são, imortais, fabulosos, geniais...
eu... sou simples como uma vírgula,
é bem certo que as vezes não sabemos aonde colocar,
mas enfim... deixa pra lá...

VENDE-SE UM CORAÇÃO

Vende-se um coração em perfeito estado.
E se vendo é por motivo de viagem
São apenas 23 anos de uso...

Já apresentou alguns defeitos é bem verdade...
foi preciso trocar algumas peças...
mas a garantia cobriu... era defeito de fábrica, sabe...


o pobre se apaixonava a cada instante, derramava seu combustivel precioso, chamado amor, por todos os lados e depois o recolhia de forma inconsequente, não tinha freios e vivia esbarrando em outros corações... meros acidentes de percurso...

mas quanto a isto... não se preocupe

está tudo resolvido...


Vendo então meu coração!


Pois para onde vou não preciso de nenhum...


mas não vendo pra qualquer uma não...


tem que cuidar dele... tem que saber tratar...


ia esquecendo do valor...


Vendo meu coração por uma vida inteira de amor,


por muita dedicação, compreensão....

Te vejo

Olho no espelho e vejo nada mais que uma síntese mal feita de uma historia imperfeita...
Vejo um rosto mas desconheço qualquer traço ou espaço...
Refaço-me em pensamento. Mas já não mas conheço aquele velho moço que sorri de um jeito disfarçado como quem mente e já não vê seus resquísios primários de um bom rapaz.
Digo-me não conhecer... mas daí tanto faz..

Estou cego... ja não me vejo, nao te vejo...
contudo não me arranco o desejo de um beijo,
ainda que no queixo e então deixo assim estar...
Olho no espelho... e nao vejo nada...
mas se olho dentro de mim então te vejo...

Considerações sobre a vida e o viver...

A única coisa que entendo 
é que da vida ganhei apenas as perdas 
e que por tempos a busca de estar acompanhado 
levou-me a uma constante solidão. 


Assumo todos os percalços 
deste caminho tortuoso que segui, 
isto não nego e tão pouco me esquivo 
de minhas responsabilidades. 


O fato é que agora me veio o silencio, 
e como não poderia deixar de ser diferente 
no silencio encontrei grandes verdades. 
Verdades estas que nunca foram ditas 
e nem precisavam, 
pois estavam postas a uma realidade 
que só não foram vistas outrora 
pela inconstância 
e pela própria cegueira 
que eu mesmo me impus a vaguear...

Por que choras minh’alma?

Por que choras minh’alma?
O que perturba o teu ser?
O que não te faz compreender
Quão sublime é o viver?

Acalma-te! Por que gritas com delírio
como mãe que perde o filho
como virgem violentada ao ver sua candura
brutalmente roubada sem nada poder fazer

Sei que há muito não tens paz
também sei que em teu seio foram desenhadas
Em linhas turvas e mal rabiscadas
Fortes traços de sofreguidão e dor

Mas ao acaso não foi este o caminho
que tu mesmo escolheste?
Não foi esta estrada de espinhos que
Insististes em caminhar?

Por que agora então choras?
Se por ora somos imortais
Se o tempo nos revolveu seu semblante
E há muitos nos é inimigo e já não mais aliado

Não te deixe descair o aspecto
E não chores! Pois como espectro assombrante
nos virá o escape e tu mesmo te perguntarás
Por quê razão um dia chorei?

ÓCIO

A penúria de entusiasmos matinal me envolve o corpo
Não há se quer ânimo para mover as pálpebras de meus vermelhos olhos Corpo deitado como cadáver... Imóvel frígido desfalecido
A única vontade que existe é a de permanecer no silêncio indolente da madrugada
Mas a madrugada já passou e o carrasco da manhã com chicoteadas de calor e luz me obriga a levantar
levanto olho em volta, sim reconheço o lugar
toalha e vestes limpas nas mãos
calço as sandálias entro no banheiro
ligo o chuveiro água caindo
lava-me mas não leva-me a vontade de nada fazer
sento-me então frente ao portal infernal destruidor de neurônios
que rouba-me horas a fio sem que isso contudo me incomode
vez ou outra o dedo insiste em buscar sorrisos ou atenção
move-se verticalmente apertando o botão sem nada encontrar
intervalos rápidos para digerir proteínas carboidratos gorduras sais
então devoto-me à árdua tarefa de apreciar o vácuo
penso em guerra sangue flores corações lutas e finalmente penso em paz
cansei-me e percebo que a melhor alternativa é descansar novamente minhas cansadas pálpebras
sem mais... DURMO.

SAUDADES

Então novamente é saudade...
e mais uma vez faço do teu nome
a mais linda canção e o mais belo poema que já ouvi e escrevi.

É saudade...
Então revivo, extasiado, como em um sonho,
todos os belos momentos que vivenciamos juntos.
Mas que por hora você diz já não mais lembrar...

Relembro e revivo dentro de mim,
pois quando meu barco se fez em mil pedaços
em meio ao oceano de desilusões
Foram as lembranças que me sustentaram a sanidade.

A concretude da real felicidade
que ao teu lado vivi que me sustentou.
E é justamente neste pretérito que lanço as bases,
que busco esperanças para o futuro...

E se de tudo me foram levadas a fé e a esperança,
de sorte me sobrou o amor...
sem o qual seria impossível resgatar os outros dois...

Se em atitude suicida matei-me
e sem querer te usurpei a vida...
de forma egoísta, medíocre, mesquinha e cruel...
Saiba que bebi o amargo sangue e em sofreguidã caminhei errante.
Querendo sem, contudo, poder te encontrar...

DIA NUBLADO

O dia se deu nublado...
Cinza... ávido.
Mal abri os olhos e já sabia que os pássaros não estavam a gorjear
Que as crianças não estavam a brincar nos jardins de suas casas.

Ainda que lá fora o sol ardesse e seu brilho cegasse
E na opulência de seu esplendor reinasse sobre os céus
Ainda assim o dia se deu nublado
Se fez nublado dentro de mim.

Tons cinzas e apagados...
restos de cigarros no chão
as marcas das lágrimas que fizeram tempestade
em minha pálida face noite a dentro.

Lágrimas que descem como navalhas
que cortam a alma rasgam esperança fé amor
lágrimas que castigam gritam bailam
para virem basta abrir a comporta que liga olhos e coração

Sem mais
O dia se fez nublado
Mas foi nublado dentro de mim.

LEMBRANÇAS DO ÚLTIMO ADEUS

Entre nós
a diferença
de temperamento temperatura
altitude atitudes
estatura estrutura


(enquanto ainda ontem
comungávamos
de idade & verdades
semelhantes
e discorríamos
sobre a eternidade do amor)


Em nós o antagonismo dos gostos
gestos atos hábitos
Palmeiras, mangueiras,
Franceses, holandeses,
vazio multidão
praças e becos



Eu... leão
Coração alado, voando a 2.000 pés
discípulo de Marx Lênin Trotsky Che
desorganizado desastrado irreverente utópico
aversão a shopping Center cúpulas da burguesia
estudante de serviço social militante
aprisionado ao discurso de meu ideal



Tu... câncer
Sentimento a flor da pele
Sublime atraente entregava-te sem temer
De Chiavenato a Ruy Moreira, Pedro Demo, Milton Santos
Musica livros e a inteligência que me pareceu
Ser sempre sinônima a teu nome
Espírito livre... tão que 331.983,293 km²
Fazem-se pequenos demais para os largos passos de teus pequenos pés

Houve tempos, contudo
que passeávamos mãos entrelaçadas
corações flechados faziam árvores sangrar
colecionávamos luas abraços canções
tínhamos nada e ao mesmo tempo tínhamos tudo

Em que ouvíamos Hill Song Morning Star
e nossos beijos eram temperados a pizza dobrada e coca-cola
onde entendíamos a linguagem dos lábios
com o dicionário dos olhos
(quanto a isto, também esquecestes?)


Naquele tempo
(a diferença era apenas de segundos
nos ponteiros do relógio)
não havia essa distância. A distância que nos separou
mais distantes que os pólos terrestres
ideologias contrárias
socialistas e capitalistas
do mesmo amor
ruas contrárias
contra-mão
bairros distantes
línguas diferentes


No entanto estamos aqui
na mesma sala com clima mórbido
como se agora velássemos o amor que por desventura disseste ter morrido
quisera eu poder ouvir os ambulantes novamente
meio-dia pedra quadrada e filosofal (lembranças)

Mas abro os olhos e me deparo com a caneta
E tua voz a me dizer...
- assina logo esse maldito papel. 

Coisas Estranhas

Você já pegou alguma embalagem ou mesmo um manual com instruções extremamente desnecessárias, pois bem, veja então essas aqui:

Num secador de cabelos da Sears: "Não use quando estiver dormindo."
Num saquinho de Fritas: "Você pode ser o vencedor! Não é necessário comprar. Detalhes dentro."
Numa barra de sabonete Dial: "Use como um sabonete normal."
Numa refeição congelada da Swanson: "Sugestão para servir: descongele."
Numa touca de banho de hotel: "Ajusta-se a uma cabeça."
Impresso no fundo, embaixo de uma sobremesa "tiramisu" do Tesco: "Não vire de ponta-cabeça."
Num pudim da Marks & Spencer: "O produto estará quente depois de aquecido."
Na embalagem de um ferro de passar Rowenta: "Não passe roupas no corpo."
Num remédio infantil da Boot`s Children: "Não opere máquinas ou dirija."
Numa fileira de luzes de Natal chinesas: "Somente para uso dentro ou fora de casa."
Num processador de comidas japonês: "Não é para ser usado para outra finalidade."
Num saquinho de amendoins da Sainbury`s: "Aviso: contém amendoins."
Num saquinho de amendoins da American Airlines: "Instruções: abrir pacote e comer conteúdo."
Numa moto-serra sueca: ``Não tente parar a serra com as mãos ou genitais.``
Numa fantasia infantil de Super-Homem: "O uso deste traje não o torna apto a voar."
Numa máquina fotográfica: "Esta máquina só funciona com filme dentro."
Num espelho retrovisor de capacete de bicicleta: "Lembre-se de que os objetos vistos no espelho estão, na verdade, atrás de você."
Num volante de carro: "Retirar tranca antes de dirigir".


OU VOCÊ JÁ PAROU PARA SE QUESTIONAR AS SEGUINTES COISAS:

Por que a série se chamava "Missão Impossível" se eles sempre conseguiam realizar as missões?
Por que os Flintstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo?
Por que tem gente que acorda os outros para perguntar se estão dormindo?
Por que os filmes de batalha espaciais tem explosões tão barulhentas se o som não se propaga no vácuo?
Porque no cinema, todo carro que bate explode?
Como foi que a placa "É Proibido Pisar Na Grama" foi colocada lá?
Porque loja 24 horas tem porta, se ela está sempre aberta?
Porque os Pilotos Kamikaze usavam capacete?
Porque sempre dizem que uma casa e mal assombrada, ao invés de bem assombrada? Se uma casa é mal assombrada, é por que o fantasma é incompetente?
Porque quando estamos procurando alguma casa pelo número, abaixamos o volume do som do carro?
As facas Ginsu cortam as meias Vivarina?
Como os donos dos Salloon fechavam as portas no velho oeste?
Porque toda mocinha de filme de terror sabe que a casa, mansão ou castelo é assombrado, mas mesmo assim basta ouvir um ruído de madrugada para sair do quarto e ir verificar sozinha no porão?
Porque em filme americano tem sempre vaga para estacionar aonde o personagem vai?
Porque em novelas, sempre que alguém tenta telefonar, nunca dá ocupado e sempre quem atende é a pessoa com quem se deseja falar?
Porque os personagens de desenho japonês tem olhos enormes?
Porque se deve usar agulha esterilizada para injeção letal em um condenado a morte?
Se o Pato Donald não usa calças, por que ele usa uma toalha enrolada na cintura quando sai do banho?
Porque os goleiros sempre dão um chutinho no gramado antes de cobrarem o tiro-de-meta?
Como se escreve zero em algarismos romanos?
Por que as pessoas apertam o controle remoto com mais força, quando a pilha está fraca?
Se depois do banho estamos limpos, por que lavamos a toalha?
Como é que a gente sabe que a carne de chester é de chester se nunca ninguém viu um chester?
Se os homens são todos iguais, por que as mulheres escolhem tanto?
Por que aquele filme com o Kevin Costner se chama "Dança com Lobos" se só aparece um único lobo durante toda história?
Porquê todo mundo faz backup dos seus dados todos os dias, menos no dia em que acontece alguma coisa errada com seu HD?
Porquê em filme americano tem sempre vaga para estacionar onde o personagem vai?
Se deus está em todo lugar, por que as pessoas olham para cima para falar com ele?
Seu deus fez o homem à sua imagem e semelhança, quem se parece mais com ele: Brad Pitt ou Tiririca?
O instituto que emite os certificados de qualidade ISO 9000 tem qualidade certificada por quem?
Quando inventaram o relógio, como sabiam que horas eram para poder acertá-lo?
Se a ciência consegue desvendar até os mistérios do DNA, por que ninguém descobriu ainda a fórmula da Coca-Cola?
Porque os aviões não são feitos do mesmo material das indestrutíveis caixa pretas?