Desprezo

Se ao acaso você der um prato quente a um animal faminto,
certamente ele comerá sem hesitar, ainda que isto lhe queime a boca
e se novamente isto se repetir, ele lamberá uma ou duas vezes
e por fim se lembrará da dor
em uma terceira vez, ele hesitará e mais que sua fome
será o desejo de se preservar da agonia de queimar-se.
Assim é meu coração, como um animal faminto...
e como um prato a fervilhar é teu desprezo a me queimar
os lábios, a língua, a boca....
Não sei porque insisto em querer-te,
Não sei porque insisto em sentir teu sabor,
Se por fim me queimarei mais uma vez...

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