Nam beatitudo vestra

Nas profundezas da noite silenciosa, onde estrelas sussurram segredos, 
Há um abismo imenso, onde minha alma, fragmentada, se perde em ecos. 
Sou o vilão nas histórias que contam, sombras projetadas em paredes frias, 
Culpado aos olhos dos que não veem as lágrimas em minhas poesias.
Amar é um paradoxo, uma chama que queima e ilumina, 
Mas às vezes, amar é acender uma vela que cega, 

Cercado por reflexos distorcidos de um coração em ruínas, 
Renuncio ao êxtase de um sentimento puro, para salvar a alma dileta.
A dor é um rio, serpenteando silencioso através de campos de esperança, 
Carrega consigo pedaços de um sonho desfeito, cada gota uma lembrança. 
Mas há uma fortaleza em cada renúncia, um castelo erguido no sacrifício, 
Pois sei que protegê-la é meu afastamento, mesmo que à custa do meu paraíso.

Serei o guardião da sua paz, o escudo contra tempestades ocultas, 
Mesmo que isso signifique ser a tempestade nos seus olhos quando em vez. 
Meu amor, um segredo guardado em cofres de aço e dor, 
Atravesso desertos de incompreensão, para que tu nunca conheça esse sabor. 

Sou a sombra que dança na periferia da sua luz, 
A face oculta da lua, sacrificando brilho para que ela resplandeça. 


Se sou mau, então que seja, pois a bondade é medida pela mão que protege, 
E não pelos olhos que julgam sem entender as feridas e que tentando proteger, não se importam em causar outras.
Assim, caminho entre espinhos e flores murchas, 
Com o coração aflito, mas a consciência serena. 
Pois na renúncia do meu sentimento, encontro a verdadeira essência do amor, Protegê-la, mesmo que minha alma se quebre, é o meu eterno labor.

Perdido nas sombras, meu coração sangra, 
Ouso ainda amar, mesmo que não compreendam, 
Cicatrizes tão profundas, luz que a protege, minha única demanda. 
Sou a escuridão para sua luz brilhar, 
Amor que renuncia, para seu riso perpetuar, 
Nada mais importa, pois ao vê-la feliz, minha alma se acalma, 
Assim, sigo em silêncio, com a dor que me embala.

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